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Recursos para ensino superior e ciência serão quase a metade do registrado em 2014, segundo levantamento apresentado na Câmara
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva prevê destinar R$ 17,9 bilhões às universidades federais e às agências de fomento a ciência e tecnologia em 2026. O valor é quase a metade do orçamento de 2014, quando as instituições receberam cerca de R$ 32,5 milhões, em valores corrigidos.
Os dados constam em um levantamento do Observatório do Conhecimento divulgado, nesta quarta-feira, 24, na Câmara dos Deputados. O estudo se baseia no Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2026, enviado ao Congresso no fim de agosto pelo Ministério do Orçamento e Planejamento.
Os pesquisadores afirmam que a previsão de verba para 2026 se mantém estável em relação a 2025. Neste ano, houve a reserva de R$ 17,2 bilhões para universidades.
Governo Lula faz desmonte nas universidades
O levantamento mostra que o orçamento discricionário das universidades federais será de R$ 7,85 bilhões em 2026, o equivalente a 45% do que recebiam em 2014. O valor será dividido entre 69 instituições, ante 59 que recebiam os repasses no ano de comparação.
“Há um desmonte dos investimentos das instituições de ensino superior em curso, que impede a melhoria e expansão estrutural das universidades”, denuncia a coordenadora do estudo, Mayra Goulart, professora de ciência política da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Em 2026, o valor que irá para investimentos é de R$ 335,9 milhões, equivalente a apenas 5,67% dos investimentos em 2014”, continua a professora. “Isso significa que o investimento dessas instituições perdeu espaço no Orçamento ao longo dos últimos 11 anos, chegando a um montante insuficiente e impeditivo às atividades de manutenção da universidade.”
Ainda segundo Mayra Goulart, a baixa receita faz com que as universidades dependam de emendas parlamentares.
“Apesar das promessas orçamentárias, o financiamento do conhecimento continua em terreno de fragilidade”, conclui. “Nossas universidades e centros de pesquisa enfrentam cortes reais, dependência de emendas e limitações crescentes que comprometem a soberania científica do país.”
Fonte:DM
Foto:DM