Sítio arqueológico com peças de 6 mil anos está ameaçado por casas em SC

Arqueologia

O maior sambaqui do mundo, montanha de conchas com vestígios pré-históricos, corre o risco de ser destruído pela ação humana. A negligência do poder público com a preservação do terreno, localizado no sítio arqueológico Ponta da Garopaba do Sul (SC), foi denunciada pela primeira vez em 2011, quando o MPF (Ministério Público Federal) exigiu que fossem removidas casas construídas no terreno de 101 mil metros quadrados. O processo se arrasta há quase cinco anos sem nenhuma desapropriação ou mudança nas políticas de proteção ambiental do município de Jaguaruna…. – Veja mais em https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2016/05/21/sitio-arqueologico-com-pecas-de-6-mil-anos-esta-ameacado-por-casas-em-sc.htm?cmpid=copiaecola

O sambaqui é uma espécie de montanha calcária formada por conchas e areia que esconde ossadas de seres humanos e animais, ferramentas e restos de alimentos deixados por habitantes pré-históricos. Em Jaguaruna, foram encontradas peças pré-históricas produzidas entre 4.000 e 6.000 anos atrás.

Entre os remanescentes, ele é o mais alto, com 26 metros, e tem uma importância muito grande pelos artefatos, não só pelo tamanho”, ressalta Alexandro Demathé, arqueólogo da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina). “Há alguns anos, ele tinha mais de 30 metros de altura, mas a estrutura se desgasta com a erosão, o vento e as ocupações irregulares. Algumas pessoas usam o sambaqui como pista de motocicleta, e isso danifica muito o patrimônio, porque expõe artefatos e esqueletos que estavam enterrados, conservados”.

Briga judicial As primeiras casas começaram a ser construídas sobre o terreno do sítio arqueológico em 1973, quando a Prefeitura Municipal autorizou a criação do loteamento Costa Azul entre os balneários de Garopaba do Sul e do Camacho. A partir de 2001, a faixa de 200 metros a partir da linha limítrofe do sambaqui passou a ser considerada uma APP (Área de Preservação Permanente). Nove anos depois, a Câmara de Vereadores mudou a lei municipal e reduziu a faixa de preservação para 50 metros. O retrocesso nas políticas de conservação do sítio arqueológico motivou o MPF a fazer uma ação pública contra o município em setembro de 2011. A ação exigia que a Prefeitura produzisse um relatorio.

Prefeitura faz estudo sobre área com vestígios arqueológicos Assim que foi notificado, o Instituto do Meio Ambiente de Jaguaruna, autarquia da Prefeitura responsável por fiscalizar e supervisionar as ações de preservação, contratou uma empresa para fazer o relatório sobre a região. “O estudo que vai nos dizer se há vestígios arqueológicos a 200 metros do sambaqui deve ser concluído no final deste ano, mas, pelo que eles nos passaram até agora, informalmente, os vestígios só chegam até 50 metros”, relata o diretor do órgão, Edson Rodrigues de Souza. Em 13 de outubro de 2015, o procurador Daniel Ricken insistiu para que a prefeitura apresentasse o relatório das casas localizadas .

 

Por:Luciana Scherer, pesquisadora da UFSC… –

Fonte:UOL

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *